Audiencia sobe.

sábado, 21 de junho de 2008



A Record já percebeu que a maneira de alavancar a audiência das novelas é investir na ação. Amor e Intrigas até começou apostando unicamente no texto da estreante Gisele Jóras. Mas logo teve de se render às cenas de perseguição, tiroteios e suspense. E, depois que começou a exibir seqüências mais eletrizantes, a trama pulou de 13 para 17 pontos de média. Esse trampolim, também estimulado pela mudança de horário para às 22 h, tem dado um fôlego extra para a história repleta de clichês folhetinescos. A começar por Renata Dominguez na pele da maquiavélica Valquíria. Cada vez mais bronzeada e com figurinos mais curtos, a atrapalhada vilã há meses tem a idéia fixa de matar a irmã Alice, da mocinha Vanessa Gerbelli. Para que o público fique sabendo da sua ira e das intenções assassinas, a personagem arremessa falas gigantescas conversando sozinha. Ou tendo a coitada empregada Jacira, de Gorete Milagres, como orelhão. Para entremear os intermináveis "bifes" da atriz, Edson Spinello, diretor da trama, intercala as cenas das personagens principais com tensão e comédia. De um lado, perseguições e tiroteios, quase sempre comandados por Alice, na tentativa incansável de colocar sua irmã numa caixinha de madeira a sete palmos de seus saltos. Do outro lado, a trama se alimenta de uma situação cômica e um tanto constrangedora: mulheres mais velhas quase subindo pelas paredes atrás de maduros personagens solteiros. Cresce cada vez mais a quantidade de idosas ninfomaníacas na história. Com isso, a trama esbarra na fronteira do trash. Principalmente ao mostrar Jonas Bloch, como o cobiçado Camilo, atracado aos beijos com Eugênia, papel de Maria Cláudia. Pior ainda é saber que o personagem é disputado a bolsadas por Adelaide, de Eliete Cigarini, e Dorotéia, de Esther Góes. Isso sem falar em Anselmo, de Luiz Guilherme, que já foi literalmente atacado por Telma, de Manoelita Lustosa, e Celeste, de Denise Del Vecchio. Por pouco, poderiam parecer personagens das clássicas chanchadas dos anos 70. Enquanto a comicidade beira a bizarrice, as tramas secundárias começam a ganhar mais peso na história. Alexandra, de Francisca Queiroz, se mostra mais bipolar a cada dia, no papel da patricinha de dupla personalidade que adora vagabundear por bailes funk. Volta e meia a personagem deixa de lado seu figurino de marcas internacionais para rebolar com trapinhos colados e poses pouco elegantes. Mas basta analisar o perfil da audiência da emissora para entender as crescentes cenas de bailes funk, perseguições e adrenalina em suas novelas. Nos últimos três anos, a audiência da dramaturgia da Record cresceu 105% nas classes D e E e apenas 26% nas classes A e B.

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